Sou estudante do Curso de Estudos Eslavos da Faculdade de Letras de Lisboa e decidi criar este blogue, porque em Portugal, ainda se conhece pouco dos países eslavos. A minha ideia, é a criação de um espaço aberto à divulgação, à troca de informações, de experiências e ideias de tão belos países.
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5 de maio de 2010

Igreja Ortodoxa Russa continua a olhar com cepticismo para o fenómeno de Fátima

A Igreja Ortodoxa Russa continua a olhar com cepticismo para o fenómeno de Fátima, mas o culto da Virgem Maria tem alguma expressão em algumas crenças menores ou igrejas ortodoxas dissidentes.

O anterior Patriarca de Moscovo e de Toda a Rússia, Alexis II, dizia ser-lhe “difícil” fazer um juízo do fenómeno da Cova da Iria.

Prestamos atenção a tudo o que no Ocidente se disse e se diz sobre a Rússia, tanto mais no contexto da fé cristã. No entanto, é necessário assinalar que muitas das realidades da vida espiritual dos cristãos ocidentais são apenas parte da sua experiência, diferente da tradição ortodoxa”, declarou o patriarca numa entrevista a um jornal italiano.

A conversão da Rússia foi um dos temas principais das Aparições marianas da Cova da Iria, que ocorreram no mesmo ano da revolução comunista que depois o regime czarista.

O actual patriarca russo, Kirill I, tem uma opinião ainda mais vincada: “as revelações de Fátima não se enquadram na linha da tradição ortodoxa. Pode significar o renascimento espiritual, mas não a conversão da Rússia”.

É precisamente a interpretação do conceito de “conversão” da Rússia que provoca receios entre os ortodoxos russos. Alguns importantes clérigos ortodoxos consideram que o Vaticano interpreta esse conceito como a conversão da Rússia ao catolicismo e como o reconhecimento da supremacia do Papa de Roma.

Porém, há dissidências na Igreja Ortodoxa Russa e seitas ortodoxas que aceitam o fenómeno das aparições e seguem o culto de Fátima, cidade que é visitada este mês por Bento XVI.

A auto-intitulada Verdadeira Igreja Ortodoxa defende que “Fátima, a Mãe de Deus, que apareceu às três crianças portuguesas, revelou que se a Rússia não voltar a Deus, o mundo perecerá e apelou aos povos a rezarem” pelo povo russo.

O culto de Fátima deu mesmo origem ao aparecimento, nos anos 90 do séc. XX, da Igreja Ortodoxa da Rainha Mãe de Deus. Considerada pelas autoridades russas como uma seita, essa igreja caracteriza-se por uma mistura eclética dos cultos católico, ortodoxo e evangélico.

No entanto, a figura central nas celebrações é uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, que foi trazida da Cova da Iria para Moscovo em 1992, logo após a queda do comunismo na URSS.
 
Fonte: Da Rússia (blog de José Milhazes)

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