Sou estudante do Curso de Estudos Eslavos da Faculdade de Letras de Lisboa e decidi criar este blogue, porque em Portugal, ainda se conhece pouco dos países eslavos. A minha ideia, é a criação de um espaço aberto à divulgação, à troca de informações, de experiências e ideias de tão belos países.
Bem Vindos!!



24 de março de 2010

Alexander Sergueievitch Pushkin

Alexander Sergueievitch Pushkin nasceu em Moscovo a 6 de Junho de 1799 e morreu em São Petersburgo, a 10 de Fevereiro de 1837.

Romancista e poeta russo da era romântica é considerado por muitos como o maior poeta russo. Fundador da literatura moderna russa, Pushkin foi pioneiro no uso do discurso vernacular nos seus poemas e peças teatrais criando um estilo de narrativa que misturava drama, romance e sátira associada com a literatura russa, influenciando fortemente os futuros escritores. Também escreveu ficção histórica, poemas, novelas e peças teatrais.

A sua obra “Marie: Uma História de Amor Russa” fornece uma visão da Rússia durante o reinado de Catarina, a Grande.

Entre as suas obras mais conhecidas encontram-se “Ievgueny Onieguin”, “O prisioneiro do Cáucaso”, “A história da revolta de Purgatiev” e o “Cavaleiro de Bronze”.

Biografia
O pai de Pushkin, Sergei Lvovich Pushkin (1767-1848), descendia de uma ilustre família da nobreza russa cuja linhagem conhecida remonta ao século XII. A sua mãe, Nadezhda (Nadja) Ossipovna Hannibal (1775-1836) descendia por parte da avó paterna das nobrezas alemã e escandinava. Era filha de Ossip Abramovich Gannibal (1744-1807) e a sua esposa Maria Aleksejevna Pushkina (1745-1818). O pai de Ossip Abramovich Gannibal, ou seja, o bisavô de Pushkin, foi Abraham Petrovich Gannibal (1696-1781), um escudeiro promovido por Pedro, o Grande, que nasceu na vila chamada Lagon, actual Eritreia. Após a sua educação em França como um engenheiro militar, Abraham Gannibal tornou-se governador de Reval e, posteriormente, general-chefe para a construção de fortes marítimos e canais na Rússia.

Aleksandre Sergueievitch Pushkin publicou o seu primeiro poema com 15 anos de idade e foi largamente reconhecido nos meios literários antes mesmo da sua graduação no Liceu Imperial, localizado no Tsarkoe Selo, a vila real de então.

Considerado o maior dos poetas russos e o fundador da literatura russa moderna, foi pioneiro no uso da língua coloquial nos seus poemas e peças, criando um estilo narrativo - mistura de drama, romance e sátira - como poeta, fazia uso de expressões e lendas populares, marcando os seus versos com a riqueza e diversidade do idioma russo.

Influenciou autores como Gogol, Liermontov e Turgeniev formando com os mesmos a famosa pleiade russa de autores. A Gogol, pela amizade e projecto mútuo de desenvolvimento de uma literatura autenticamente russa, Pushkin lega algumas ideias como a da peça teatral “O Inspector-geral”.

Devido às suas ideias progressistas, foi amigo de alguns dezembristas, responsáveis pela tentativa de golpe contra o Czar Alexandre I, por isso foi desterrado, vagueando, entre 1820 e 1824, pelo sul do Império Russo. Sob severa vigilância dos censores do estado e impedido tanto de viajar quanto de publicar, escreve a sua mais famosa peça, “Boris Godunov”, em que evidencia a influência de Shakespeare, o qual só pode ser publicada anos depois.

Escreveu o romance em verso, “Eugene Onegin”, um retrato panorâmico da vida russa e que, introduzindo elementos que o levou a designar o seu estilo como "romantismo realista russo do século XIX", depois musicado por Tchaikowsky, foi publicado em folhetins entre 1825 e 1832.

No decurso deste período, compôs diversos poemas de influência byroniana, dentre os quais se destacam “O prisioneiro do Cáucaso”, “A fonte de Baktchisarai” e “Os ciganos”.

Em 1826, recebeu o perdão do Czar, regressando a Moscovo. Dois anos depois, escreveu “Poltav”, uma epopeia que narra a história de amor do cossaco Mazeppa. Cultivando, cada vez mais, a prosa, alcançou um grande sucesso com obras como “Contos de Belkin”, “A Dama de Espadas” e “A Filha do Capitão”.

Pushkin e a sua esposa Natalya Goncharova, com quem se casou em 1831, tornar-se-iam regulares frequentadores da corte.

Em 1837, ao cair cada vez mais nos insistentes boatos de que a sua esposa mantinha um escandaloso caso extra-conjugal, Pushkin desafiou o dito amante, Georges d’Anthès, para um duelo. Mortalmente ferido em consequência deste, Pushkin morreu dois dias depois.

Por causa dos seus ideais políticos liberais e a sua influência sobre gerações de rebeldes russos, Pushkin foi retratado pelos bolcheviques como opositor da literatura e da cultura burguesas e um antecessor da literatura e da poesia soviética.

Sem comentários:

Enviar um comentário