Carreira literária posterior
Depois de dez anos Dostoievsky voltou à Rússia. Na Sibéria chamou a experiência de “regeneração” das suas convicções, e rejeitou a atitude condescendente dos intelectuais que pretendiam impor seus ideais políticos sobre a sociedade, e chegou a acreditar na bondade fundamental da dignidade e do povo comum. Descreveu esta mudança no esboço que aparece em “O Diário de um Escritor” e no “Mujique Marei” “Sou filho da descrença e da dúvida, no presente e mesmo até à sepultura. Que terrível sofrimento me causou, e me causa ainda, a sede de crer, tanto mais forte na minha alma quanto maior é o número de argumentos contrários que em mim existe! Nada há de mais belo, de mais profundo, de mais perfeito do que Cristo. Não só não há nada, como nem sequer pode haver”.
Depois de dez anos Dostoievsky voltou à Rússia. Na Sibéria chamou a experiência de “regeneração” das suas convicções, e rejeitou a atitude condescendente dos intelectuais que pretendiam impor seus ideais políticos sobre a sociedade, e chegou a acreditar na bondade fundamental da dignidade e do povo comum. Descreveu esta mudança no esboço que aparece em “O Diário de um Escritor” e no “Mujique Marei” “Sou filho da descrença e da dúvida, no presente e mesmo até à sepultura. Que terrível sofrimento me causou, e me causa ainda, a sede de crer, tanto mais forte na minha alma quanto maior é o número de argumentos contrários que em mim existe! Nada há de mais belo, de mais profundo, de mais perfeito do que Cristo. Não só não há nada, como nem sequer pode haver”.
Estudos médicos permitiram diagnosticar que Fiódor sofria de epilepsia temporal. As suas crises sistemáticas, que ele atribuía a “uma experiência com Deus”, tiveram um papel importante na sua crise religiosa e na sua conversão durante o desterro, quando a Bíblia era sua única leitura. Dostoievsky tornou-se num forte crítico do niilismo e do movimento socialista, e dedicou em seu livro “O Diário de um Escritor” para expor as ideias críticas ao conservadorismo socialista. Formou uma amizade com o conservador Konstantin Pobedonostsev e abraçou alguns dos princípios do Pochvennichestvo. Por este tempo começou a escrever “Recordações da Casa dos Mortos”, baseado nas suas experiências como prisioneiro.
Em 1859, após meses de árduo esforço, conseguiu ser libertado sob a condição de residir em qualquer lugar, excepto em São Petersburgo e em Moscovo, e assim, mudou-se para Tver. Conseguiu publicar “O Sonho do Tio” e “Adeia Stepánchikovo” mas essas obras não obtiveram as críticas esperadas por ele. Em Dezembro do mesmo ano, foi finalmente autorizado a regressar a São Petersburgo, onde fundou com seu irmão Mikhail a revista “Vremya” (Tempo), que no primeiro número publicou “Humilhados e Ofendidos”, também inspirada do seu trabalho na Sibéria. A sua obra “Recordações da Casa dos Mortos” foi um enorme sucesso quando então publicada em capítulos no jornal “O Mundo Russo”.
Entre 1862 e 1863, fez várias viagens pela Europa, incluindo Berlim, Paris, Londres, Genebra, Turim, Florença e Viena. Durante essas viagens teve um relacionamento amoroso fugaz com Paulina Súslova, uma estudante de ideias progressistas. Perdeu muito dinheiro no jogo e regressou à Rússia no fim de Outubro de 1863, sozinho e sem recursos. Durante este tempo o seu jornal tinha sido proibido, por publicar um artigo sobre a Revolução Polaca de 1863.
(continua)
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